02/04/11

EDUARDO SOUTO DE MOURA E O PRITZKER 2011

Há uns anos atrás perguntei a um amigo arquitecto o que era para ele a arquitectura e a resposta, despreocupada de rasgo ou de alguma espuma poética, foi a de que existe boa e má arquitectura. Nos últimos anos os casos de genial arquitectura foram-se sucedendo uns atrás dos outros, mais por razões de ordem política e propagandística criadas por líderes de certos países, que viram na arte de edificar uma forma de povoar os ermos da sua inteligência com exuberantes espiritualidades alheias. A arquitectura de franchising varreu o planeta, sobretudo por terras onde o dinheiro foi sempre um espelho de uma vaidade económica e financeira. E grandes arquitectos deixaram-se levar nessa cantilena de putativa espiritualidade, erguendo aos ceús enormidades carregadas de dispendiosa engenharia e de efeitos visuais infantis. Os ermos estão agora povoados por torres de Babel.
A atribuição do prémio Pritzker 2011 a Eduardo Souto de Moura premeia a boa arquitectura e devolve à arte de edificar o seu papel de corresponder adequadamente a verdadeiras necessidades da actual sociedade. Uma monumental pedrada no charco!       

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