28/04/11

FASCÍNIO PELA QUALIDADE



Com arquitectura de Ricardo Bofill e design de interiores de Nini Andrade Silva, o hotel The Vine assume o seu sofisticado luxo e retira o máximo da sua localização privilegiada, com vistas deslumbrantes sobre o Funchal.

Projecto de arquitectura: Ricardo Bofill
Design de Interiores: Nini Andrade Silva
Fotografia: Design Hotels



O hotel The Vine tem a assinatura do arquitecto catalão Ricardo Bofill e todo um trabalho de interiores a cabo da designer Nini Andrade Silva. A arquitectónica do The Vine destaca-se, para além da qualidade estrutural, pela forma harmoniosa em que foi integrado no centro histórico do Funchal, bem perto da Sé catedral.
Membro da cadeia Design Hotels, o The Vine junta-se assim, na ilha da Madeira, a dois outras unidades também pertencentes a esta cadeia hoteleira, que são o Estalagem da Ponta do Sol e o Choupana Hills Resort & Spa.
O nome The Vine e a inspiração para o hotel foram baseados no famoso vinho da Madeira, de reputação mundial. O conhecido vinho continua a existir e a produzir o seu fascínio, se bem que os característicos poios – socalcos construídos – onde se fazem os cultivos da vinha, da cana-de-açúcar ou da banana sejam cada vez menos visíveis.


 
O arquitecto Ricardo Bofill, bom conhecedor da região e com outro projecto recente na ilha do Porto Santo, tirou partido da localização privilegiada do The Vine tendo estruturado um terraço no topo do hotel, com uma piscina ao ar livre e um restaurante, que permite uma deslumbrante vista panorâmica de 360º, ora sobre a magnífica baía ou sobre as montanhas do Funchal. No exterior o hotel apresenta-se de uma forma neutra, não criando qualquer tipo de contraste marcante ou agressivo em relação à sua envolvente. O projecto de arquitectura concebido dotou o hotel de 57 quartos de luxo, 17 júnior suites e 5 design suites – ambas as últimas com áreas até os 90m2 – e todos os quartos com boas vistas sobre a cidade ou sobre o porto. O espaço no interior do hotel é sempre amplo em todos os seus recantos de estar, mas essa percepção é ainda mais notória nas suites, com zonas de banho em espaço aberto, banheiras espaçosas e áreas generosas para dispor as camas de tamanho grande ao centro de cada quarto. O hotel incorpora ainda espaço para um Spa de vinoterapia – exemplo único na Madeira –, com mais de 300 m2 e com uma orientação terapêutica baseada nos produtos TheraVine, uma das marcas mais prestigiadas em vinoterapia. Destacamos ainda o restaurante UVA, gerido pelo chef francês Antoine Westermann – detentor de 3 estrelas Michelin – e cujo espaço – localizado no terraço – não sendo grande, oferece uma atmosfera sofisticada, um serviço personalizado e uma fabulosa vista panorâmica sobre o Funchal. Por fim, aludimos à existência de uma sala de reuniões, com cerca de 140 m2, com uma capacidade para 100 pessoas e equipado com a mais alta tecnologia adequada a um espaço com estas características.


 
A par das qualidades estruturais do projecto de Ricardo Bofill temos de destacar também todo o trabalho da reputada designer de interiores Nini Andrade Silva, que vem complementar e reforçar a qualidade e o conforto do hotel. Sob o tema vinho da Madeira, cada recanto do hotel reflecte a sugestão de todo o imaginário ligado a essa produção vinícola, que a designer madeirense conhece bem. No espaço lounge Terra surgem com naturalidade as madeiras oriundas das vinhas locais, que prosseguem até ao Spa de vinoterapia. Para cada piso do The Vine foi designada uma cor, no segundo surge o verde em representação da Primavera, no terceiro o violeta para o Verão, no quarto o cinzento para o Inverno e no quinto cores castanhas para o Outono. Este programa cromático é uma analogia directa às cores dominantes da maturação das uvas durante o ano. No terraço, no deck da piscina, as cadeiras apresentam também estas mesmas cores. Perto de cada entrada do elevador, por piso, vamos encontrar um cubo iluminado com um espaço para sentar, que nos transporta para o imaginário das vinhas. Outro pormenor que destacamos no trabalho de Nini Andrade Silva, é a inclusão de telas fotográficas de grandes dimensões, que aumentam a carga imagética em que o ambiente de interiores do hotel se desenvolve. Este recurso à fotografia, em suporte grande, leva-nos para outro trabalho também ele muito conseguido por parte da criativa madeirense, nomeadamente os restaurantes Bonsai e Saldanha Mar, do Fontana Park Hotel, em Lisboa, também pertencente à cadeia Design Hotels. A qualidade estética e funcional do design de interiores de Nini Andrade Silva, atribuem todo um conforto e uma simplicidade única que reforçam o carácter do hotel. O trabalho da designer é todo ele estruturado em complementaridades, que vão no sentido da harmonia visual e táctil. A iluminação joga com cada espaço específico mas também reforça o programa cromático, fazendo sobressair as cores. O design do mobiliário, a utilização dos têxteis ou o contraste dos materiais fazem parte das intenções estéticas da designer em dotar o hotel de verdadeiros pormenores de requinte. A funcionalidade e a consistência de cada detalhe no trabalho de Nini Andrade Silva, são sempre tidos em conta. Encontramos no The Vine toda uma atmosfera de luxo acolhedor e de desafogada harmonia estética.



http://www.designhotels.com/
ATELIERS ABERTOS PELA ORDEM DOS ARQUITECTOS

A acção chama-se Ateliers Abertos, é uma inicitaiva da Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos e que tem como desígnio divulgar o trabalho de arquitectos ao grande público. A acção pretender evidenciar o papel importante dos arquitectos no desempenho da sua arte de construir, promovendo por essa via a qualidade de vida e a melhoria do meio construído.
A acção estará nas montras das lojas comerciais de Lisboa, com a presença de maquetes de projectos fornecidas pelos ateliers de arquitectura que aderirem a esta iniciativa. Os ateliers aderentes vão também abrir as suas portas ao público.
Os Ateliers Abertas vai se desenvolver em dois momentos: 1) call for models: modelos tridimensionais nas montras de Lisboa; 2) open talk: arquitectos abrem os seus ateliers ao público.
As inscrições estão abertas até 16 de Maio e para tal basta que os ateliers de arquitectura interessados nesta acção, enviem um mail com uma proposta para ateliersabertos@oasrs.org , preencher uma ficha de inscrição e enviando imagem(s) do(s) modelo(s) proposto(s). 
MUSEU DO DESIGN DE HOLON



O Museu do Design de Holon, em Israel, é um projecto do atelier Ron Arad Arquitectos, que criou um edifício com uma boa expressividade e que se tornará num pólo de atracção turística da cidade.

Projecto de arquitectura Ron Arad Arquitectos
Fotografias Yael Pincus e Yossi Zwecker



O Museu de Design de Holon, cidade israelita, é uma obra com a assinatura de qualidade do atelier Ron Arad Arquitectos. Este novo ícone da arquitectura contemporânea evidencia 5 longas bandas de aço – CORTEN –, sendo o primeiro trabalho de Ron Arad idealizado para uma escala destas dimensões. A inauguração do Museu do Design de Holon, no ano passado, foi o ponto alto de 16 anos de regeneração urbana levada a cabo pela edilidade local, que elaborou um programa ambicioso que coloca a cidade no mapa pelos seus atractivos culturais e educacionais.
Este trabalho de Ron Arad expressa uma vertente escultórica, complementando engenho e total funcionalidade com uma elevada qualidade visual. O criativo salienta que “ foi criada uma hierarquia de espaços exteriores para que se pudesse entrar por debaixo do edifício até a um pátio semi-coberto. A expressividade com que o aço é trabalhado e o efeito visual que provoca, vão um pouco mais além do que os olhos conseguem ver. Neste sentido Ron Arad afirma que “ o sobrescrito do edifício não é só um espaço bonito, é também uma estrutura”.



O Museu do Design de Holon dispõe de duas galerias principais e um número considerável de espaços alternativos e apropriados para outros locais de exposição e serviços educativos. A galeria superior, com 500 m2, é banhada pela luz abundante de Israel e tem as infra-estruturas necessárias para receber objectos tridimensionais. Em termos de iluminação, o design desta galeria tem uma flexibilidade que permite trabalhar o uso de luz artificial a diferentes níveis. A galeria inferior, com 250 m2, tem um pé direito maior mas proporciona uma escursão mais intimista dos visitantes pelos objectos expostos.



O Museu de Design de Holon recebeu o prémio inovação e design para a cultura, atribuído em Maio de 2009 pela Condé Nast Traveller.



27/04/11

MAXXI EM ROMA



O Museu das Artes do Século 21, em Roma, faz no próximo dia 30 de Maio um ano desde que inaugurou. O projecto Maxxi é da autoria de Zaha Hadid e Patrik Schumacher. Assume-se como um centro de exposições e afasta-se da ideia de uma mera atracção arquitectónica.

Projecto de arquitectura: Zaha Hadid e Patrik Schumacher
Fotografias: Roland Halbe e Helene Binet

A inauguração do Maxxi, o Museu das Artes do Século 21, em Roma, aconteceu há quase um ano, no dia 30 de Maio de 2010. O projecto de arquitectura tem a assinatura da Zaha Hadid e Patrik Schumacher, numa construção que se destaca pela complexidade do desenho e do trabalho de construção. Nas palavras de Zaha Hadid, o projecto assume mais a sua condição de um campo de cultura, um centro de dois museus em que arquitectura, Maxxi Arquitectura, e arte, Maxxi Arte, dialogam, afastando a ideia redutora da peça arquitectónica como mera atracção turística. Todavia, a espectacularidade das formas, exterior e interior, numa área total de 29 mil m2 ocupados pelo museu, motivam diferentes tipos de reacções.





Houve a preocupação de integração do Maxxi no seu contexto urbano, de forma a interagir como um espaço aberto.Para além do betão, do aço e do vidro, destacamos a Cementoresina, marca registada da Kerakoll Design, cujas características deste composto conferem uma versatilidade estética enorme, sobretudo em processos de construção como este, caracterizados por contínuas superfícies horizontais e verticais.




BLOG TIAGO KRUSSE

63 VISITAS POR DIA -- NACIONAIS E ESTRANGEIRAS
1,6 PESSOAS QUE ADEREM POR DIA AO BLOG

ADIRA VOCÊ TAMBÉM!
DÊ UMA VISTA:

http://www.idesign.pt/index_p.html

http://www.dap1978.com/

http://www.3ddim.com/

http://www.dibato.pt/index.php

http://arq4design.wordpress.com/

http://www.wix.com/tiagoaleixo/portofolio

Os endereços acima foram enviados via Espaço Arquitectura no Facebook. Lanço o convite a designers e arquitectos, interessados em serem divulgados neste blog, a enviarem informação ou imagens de produtos ou projectos -- em formato Gif  (créditos de fotografia assegurados quando solicitados ou exigidos) -- para o seguinte e-mail: tiago_krusse@netcabo.pt
YILL POR WERNER AISSLINGER PARA A YOUNICOS


A empresa alemã Younicos, de Berlim, especializada em energias renováveis apresenta Yill, uma fonte de energia móvel pensada para ambientes de trabalho sustentáveis. Yill foi desenhada pelo designer alemão Werner Aisslinger e apresenta-se como uma roda de grande mobilidade e com uma autonomia de energia capaz de alimentar, durante dois a três dias, uma base de trabalho.



A Yill consegue fornecer energia para bases de trabalho, com 300 Watts, sem fios ou cabos e através das suas baterais recarregáveis, em lítio e titânio. A Yill permite a quem seja produtor da sua própia energia, por intermédio de fontes renováveis, que esteja completamente desligado das tradicionais redes de energia, até mesmo naqueles dias sem um único raio de sol. Mesmo quando é recarregada através da rede convencional, a Yill suporta a transformação por via de uma sustentável economia de consumo. Este produto possui o espírito, a filosofia e a prática da sustentabilidade direccionado para o ambiente de escritório e de trabalho. Yill é um novo espaço para o armazenamento de energias renováveis.

Fotografia: Steffen Jeanicke
FOSTER+PARTNERS INICIA CONSTRUÇÃO NA CHINA

O atelier Foster+Partner iniciou a construção da sede do banco CITIC, em Hanghzou, na China. Dê uma vista no link abaixo.

Via -- Foster+Partners

http://www.fosterandpartners.com/News/438/Default.aspx 

26/04/11

ESTATÍSTICAS DO BLOG TIAGO KRUSSE

O blog Tiago Krusse, inaugurado há 35 dias -- 23 de Março de 2011--, ultrapassou hoje as 2 mil visitas e tem neste momento 54 seguidores. Para além deste números, os visitantes são oriundos de 10 países:

Portugal - 1.388
USA - 287
UK - 24
Itália - 24
Brasil - 21
Angola - 11
Holanda - 5
Espanha - 4
Canadá - 3
França - 3
Dê uma vista de olhos

http://www.henriquebgomes.com/index.html
ILLUSTRATION NOW! PORTRAITS

A arte do desenho

Uma grande variedade de trabalhos de ilustração de criativos de todo o mundo.
A arte de ilustração cresceu nesta última década, quer por trabalhos feitos por computador ou desenhados à mão. Na ilustração, um dos desafios mais cativantes para um criativo é o retrato. O retrato que na sua grande maioria é hoje utilizado para editoriais, publicidade, produtos e, neste espírito de época, tema para inúmeras exposições. O figurativo a voltar a ganhar importância! Este livro reúne retratos exclusivos e alguns nunca publicados de 80 ilustradores de todo o mundo. Nele vamos encontrar nomes como os de Aaron Jasinski, André Carrilho, Hanoch Piven, Anita Kunz, Jody Hewgill ou Dugald Stermer.

Illustration Now! Portraits
Julius Weidemann
416 páginas
Taschen 

ALMA CATALÃ



Com projecto de renovação pelo arquitecto Carlos Ferrater e o design de interiores por Patricia Urquiola, o Mandarin Oriental Barcelona revela novos padrões na oferta hoteleira de estrelas luxo integrando um conjunto de elementos funcionais e estéticos fascinantes, que incrementa o espírito poético e criativo da cultura artística da cidade.

Projecto de arquitectura: Carlos Ferrater, JoanTrias de Bes – Studio OAB
Arquitectura paisagística: Beth Figueras
Design de interiores: Patricia Urquiola
Fotografia: George Apostolidis e arquivo Mandarin Oriental



Foi em Novembro de 2009 que o grupo Mandarin Oriental abriu, no Sul da Europa, o seu primeiro hotel de 5 estrelas luxo. Localizado numa das artérias mais importantes da capital catalã, o Passeig de Gràcia, um antigo banco construído no segundo quartel do século XX foi renovado e reconvertido no seu todo pelo projecto de arquitectura concebido por Carlos Ferrater e pela equipa do seu Studio OAB, sedeado em Barcelona. Para além das profundas alterações introduzidas no edifício pelo arquitecto Carlos Ferrater, mudando todo o espaço pensado para responder ao funcionamento de um banco para uma lógica de hotel em todos os aspectos mais complexa em termos de caracterização espacial, o projecto preservou os seus elementos mais nobres. Destacamos a preservação quase total da pedra natural das fachadas, que permitiu uma continuidade da memória visual da rua. Tendo em conta a área comercial específica presente em Passeig de Gràcia e os novos atractivos que as estruturas hoteleiras têm de saber proporcionar, não só aos hóspedes como a transeuntes de espírito aberto e cosmopolita, o arquitecto Carlos Ferrater aumentou as janelas do piso térreo e converteu o espaço numas arcadas para acomodar lojas fazendo por aí o acesso à entrada do hotel, que foi posicionada mais para o interior da rua.




Ao entrarmos no Mandarin Oriental Barcelona percebemos de imediato o enfoque dado à criação de uma atmosfera especial e fascinante. Uma entrada marcante para o átrio do hotel ganha mais expressividade pela sua luminosidade e pela forma que ela se ergue até ao nono piso. Inúmeras aberturas na parede criam dinâmicas visuais a fachada vertical interior criando vistas misteriosas de cada piso para este amplo espaço. O telhado em vidro do átrio permite um banho de luz natural a todos os pisos e ao anoitecer o design de luz artificial foi pensado para criar uma harmoniosa e acolhedora luminosidade. O dramatismo de uma passadeira colocada entre o piso térreo e o primeiro piso resulta como um grande efeito. É nesta passagem que nos leva ao mezzanino entre os dois pisos que vamos encontrar a sala de espera e daí vemos a área de relaxe e o restaurante “Blanc”, todo ele em tons de branco. No átrio dos banquetes, que se prolonga por dois pisos, duas janelas amplas no tecto criam uma atmosfera clara e desafogada. A decoração do tecto, na forma de uma mescla em metal pintado a branco, transforma o espaço num lugar mais privado, intimista.



No telhado do hall de entrada foi integrado, na estrutura do edifício, um terraço com um café com uma área de 660 m2 a que foi dado o nome Jardim Mimosa. Esta verdadeira preciosidade no coração do hotel é um trabalho de parceria entre a arquitecta paisagística Beth Figueras e a designer Patricia Urquiola. O Jardim Mimosa é, como o nome indica, um lugar marcado por coloridas Mimosas, adornado por arbustos, e um conjunto de mobiliário de exterior de grande conforto e apelo estético.




O hotel dispõe de outros atractivos como o restaurante “Moments”, decorada em tons de ouro e castanho, e recomendado por um serviço de cozinha gourmet que produz uma novíssima gastronomia catalã. O “Bankers Bar” tem a particularidade de se situar no antigo cofre-forte do banco, um espaço renovado e marcado por um elegante design de interiores. Na cobertura do edifício, o terraço com 200 m2 é uma experiência reconfortante sobretudo pela vista panorâmica sobre Barcelona e pela presença de uma bonita piscina que se estende à largura total do espaço.
O Mandarin Oriental Barcelona oferece um total de 98 quartos e suites, do primeiro ao oitavo piso, que dão para o Passeig de Gràcia. No nono piso está instalada a suite presidencial, com 200 m2 de área total que inclui um terraço. No programa de design de interiores, o hotel possui todo o esplendor artístico e criativo da arquitecta e designer Patricia Urquiola. Todos os quartos possuem luminosidade, aconchego familiar e um visual contemporâneo em que as cores que predominam são os cremes e os brancos. A designer espanhola fez uma selecção de bons materiais utilizando o soalho em carvalho, carpetes feitas à medida e uma composição de mobiliário de marca indicado para um ambiente nobre, sofisticado. O programa de Patricia Urquiola não foi porém uniformizado, cada quarto possui a sua própria selecção de materiais e a arquitectura de interiores varia de forma, para que cada um desses espaços possua um ambiente único. O estilo é resultado de uma mescla de influências das quais se destacam o toque asiático, nos guarda-roupas com reminiscências às caixas em laca chinesas, que atribuem uma nota pessoal ao design e que reflecte a proveniência da cadeira hoteleira. Foi dada uma particular atenção às casas de banho e nesse campo, Patricia Urquiola, escolheu as opções de melhor qualidade e que se enquadrassem na funcionalidade e estética pretendidas. Todas as casas de banho estão apetrechadas por produtos da colecção Axor Urquiola, que a designer criou, em colaboração com a equipa da Axor, para a marca alemã Hansgrohe. É uma colecção feita de detalhes que se adequam à funcionalidade e ao conforto exigidos por novas exigências e expectativas no espaço casa de banho. Formas orgânicas e linhas direitas misturam-se com os toques de visão poética da Patricia Urquiola, que expressa que gosta de pensar em todos os diferentes níveis da arquitectura e do design, em que todos os pormenores e os mais pequenos detalhes têm de ser consistentes para que haja um usufruto óptimo das coisas.



Salientamos por último o spa do Mandarin Oriental Barcelona, localizado no piso -2 do hotel. Também aqui foram incluídas as misturadoras Axor Urquiola que integram um espaço com 1000 m2, caracterizado por um ambiente minimalista que apresenta um leque de cores asiáticas em tonalidades escuras. Os hóspedes têm acesso a quartos individuais onde são disponibilizados diversos programas de terapias do corpo e realçamos duas suites para casal e uma bancada para massagem tailandesa. O spa vive também da sua piscina interior de 12 metros e uma área circundante com zonas de água quente, sauna e um ginásio.


CHIQUE




O Altis Avenida Hotel nasce num edifício com a assinatura de um dos grandes nomes da arquitectura portuguesa, Luís Cristino da Silva, após um projecto de reconversão levado a cabo pelo arquitecto João Vasconcelos Marques e de um programa de design de interiores do atelier Artica Arquitectos. Reanima-se o espírito de elegância da baixa lisboeta.   

Projecto de arquitectura: Luís Cristino da Silva
Projecto de reconversão: João Vasconcelos Marques
Design de interiores: Artica Arquitectos
Fotografias: arquivo Altis Hotels



Inaugurado em Março de 2010, na Rua 1º de Dezembro, no início da Avenida da Liberdade, o Altis Avenida Hotel faz renascer um edifício com assinatura. O edifíco é uma obra da autoria de um dos grandes arquitectos portugueses, Luís Cristino da Silva, que após anos de abandono por parte da edilidade lisboeta foi objecto de um merecido projecto de reconversão. O projecto de reconversão, que somou um investimento de 18 milhões de euros por parte da Altis Hotels, foi levado a cabo pelo arquitecto João Vasconcelos Marques e tem um programa de design de interiores criado pelo atelier Artica Arquitectos. As obras foram supervisionadas por responsáveis do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR). Nasceu assim um hotel de charme de 5 estrelas, com 68 quartos mais 2 suites e que, no último dos seus 7 pisos, apresenta o restaurante Brasserie Rossio Gourmet e um bar, nos quais se destacam a boa cozinha, liderada pelo seu chefe executivo o luso-francês Cristovão Grenho, e um terraço com vistas privilegiadas sobre a baixa de Lisboa.



O arquitecto João Vasconcelos Marques frisou na conferência de imprensa que o seu trabalho incidiu essencialmente na preservação da identidade do edifício, salientando também o investimento feito ao nível da caixilharia – uma solução da Technal –, por forma a dotar o hotel de uma boa eficiência energética e um bom isolamento acústico dos quartos. Comprovámos a tranquilidade dos quartos, sem quaisquer notas do ruído causado pelo acentuado movimento automóvel na baixa. Ao subrimos aos pisos superiores pela bonita e recuperada escadaria, deparámos com as madeiras, as pedras e os vidros orginais do edifício que ganharam de novo todo o seu esplendor. Característica interessante do hotel é o facto de reorganização espacial, resultante das divisórias díspares pré-existentes, ter permitido a criação de quartos todos eles diferentes quanto à sua disposição. Nos corredores, as pedras recuperadas juntam-se a outras, novas, mas numa perfeita harmonia. Na nossa opinião, o que cria algum desiquílibrio estético nos corredores é a aplicação de tola nas portas e sobre as suas respectivas ombreiras e vergas, mas segundo nos informou o arquitecto João Vasconcelos Marques, foi assim cumprida uma directriz dos responsáveis do IGESPAR. Os arquitectos João Vasconcelos Marques e Cristina Santos e Silva sublinharam, na conferência de imprensa, o bom trabalho de equipa e no qual também destacaram a boa cooperação dos responsáveis do IGESPAR, que acompanharam todo o projecto de reconversão. Uma vez que falamos de um edifício com a assinatura do arquitecto lisboeta Luís Cristino da Silva, referência da arquitectura portuguesa do século XX, será interessante informar, até pela proximidade ao Altis Avenida Hotel, os trabalhos de recuperação e reconversão do Capitólio, no Parque Mayer, Prémio Valmor e uma obra emblemática de 1929.


  
O programa de design de interiores do Altis Avenida Hotel foi projectado pela Artica Arquitectos, nomeadamente pelos desígnios de Cristina Santos e Silva e Ana Menezes Cardoso. Na visita guiada que Cristina Santos e Silva nos proporcionou, ficámos por dentro das intenções funcionais e estéticas do design de interiores. As notas principais deste trabalho de interiorismo incidiram no conforto, percebido e sentido, e na harmonia visual, em que as cores preto, branco e dourado são as essenciais. Para além de pesquisa de peças de design específicas para cada recanto, como são um bom exemplo os achados candeeiros de cabeceira, passando por peças originais desenhadas pelo atelier Artica Arquitectos ou a definição de revestimentos de parede, a arquitecta Cristina Santos e Silva quis mencionar a escolha de produtos de empresas portuguesas, como por exemplo as torneiras da Cifial ou as portas da Vicaima. Para lá da memória descritiva, ficou-nos a sensação forte do conforto dos quartos e do seu ambiente elegante, depurado e equilibrado. Para Cristina Santos e Silva foi criada toda uma atmosfera cosmopolita, que recupera o espírito da Avenida da Liberdade e que dota Lisboa com mais um hotel de referência.
Últimas notas de referência vão para o desenho das fardas da equipa do hotel cuja autoria é dos designers de moda Manuel Alves e José Manuel Gonçalves.


22/04/11

MONUMENTAL NATURALIDADE



O trabalho de arquitectura do atelier Smolenicky & Partner para as termas Tamina, em Bad Ragaz, na Suíça, assume uma monumentalidade harmoniosa com a sua envolvente e incrementa a qualidade dos já altos padrões de turismo desta região tornada famosa pelas suas águas medicinais.

Projecto de arquitectura: Smolenicky & Partner
Fotografia: Roland Bernath, Walter Mair e arquivo Smolenicky & Partner



A região suíça de Bad Ragaz, a Noroeste de Davos e enconstada ao Liechtenstein, é famosa pelos seus atractivos turísticos, de Inverno e de Verão, e pelas suas águas termais. A tradição das termas remonta a meio do século XIII, quando peregrinos rumavam até a Abadia de Pfafer, beneficiando das águas revigorantes e quentes vindas do interior das montanhas. A meio do século XIX as águas termais de Pfafer foram canalizadas para a vila de Ragaz, a quatro quilómetros de distância. Nascia assim a estância termal de Bad Ragaz que mantém até hoje uma reputação mundial pela suas águas medicinais e por um conjunto de oferta hoteleira de luxo.
O atelier de arquitectura suíço Smolenicky & Partner ganhou o concurso para a construção, lançado em 2003, das termas Tamina. O projecto integra um plano de intervenções no valor de 160 milhões de francos suíços, incluindo um hotel de 5 estrelas, adjudicado à Hilmer & Sattler e Albrecht Architects.
O planeamento urbanístico da vila de Bad Ragaz é dominado pela existência de edifícios largos que se vão expandindo pela paisagem. Durante a Belle Époque foi notória a tendência de construir hotéis monumentais nas proximidades de vilas. Os alpes suíços não escaparam a esta filosofia, tendo bons exemplos disso em Interlaken, St. Moritz e Gstaad.
O novo edíficio das águas termais foi deliberadamente implantado no beco sem saída do acesso às instalações públicas do resort, como o novo centro de conferências, o casino e a casa do clube de golfe. O segundo beco que dá para o parque foi mantido livre de construções, dando um acesso com uma atmosfera mais calma e privada aos hotéis.
A forma do volume construído pelo atelier Smolenicky & Partner derivou dos enquadramentos dos espaços exteriores. Na área dos banhos ao ar livre, o volume do edifício foi recuado abrindo espaço para um enfiamento visual dos revaldos até às ladeiras nos cumes das montanhas. A paisagem e a atmosfera do parque estão preservadas, apesar da forma compacta do edifício. A entrada nas termas foi posicionada num ponto fulcral, marcando a sua presença vista da estrada principal e reforçando o facto de ser uma instalação pública. O critério do projecto das termas Tamina foi concebido como parte da cultura dos grandes hotéis, em que a identidade estética do edifício procurou afinidades com a tradição construtiva suíça como aquela existente na costa báltica.



O carácter monumental de Tamina é no sentido de se manter em igualdade de circunstâncias com os outros edifícios do resort. Os banhos termais foram concebidos para relativizar o carácter quase urbano, do trabalho em pedra existente no hall Primavera do spa. Daí a razão para se prosseguir para o trabalho em madeira, em branco, no interior dos banhos termais e que nos dá a sensação de um pavilhão com a arquitectura de uma estância histórica. Esta estratégia de usar uma arquitectura explícita de resort é sublinhada no aspecto formal e fantasioso das janelas ovais. Visto do interior, as janelas causam um efeito extra dimensional de molduras. As molduras ovais foram amplamente usadas na era victoriana, mostravam temas de grandes paisagens. Os arquitectos pretenderam dar uma expressividade à vista sobre a paisagem por intermédio do movimento das janelas.
O interior de Tamina é uma metáfora que serve como uma analogia à floresta, preenchido por árvores separadas. No exterior foram colocados suportes nas zonas periféricas do volume do edifício. Em termos estruturais, o projecto pode ser entendido como uma floresta, criada por colunas ao invés de árvores. Um total de 115 suportes produzidos da madeira de 2,200 árvores provenientes de uma região suíça, a pouco mais de duas horas e meia de distância do local.



Em termos de aparência, na utilização de materiais e de expressividade, o edifício segue todo ele o mesmo programa, ao utilizar ripas de madeira, pintadas a branco. É neste sentido que a memória descritiva do atelier Smolenicky & Partner dá enfase ao facto do projecto não ter uma arquitectura de interiores e resultar antes como uma peça única.
A estrutura em madeira do edifício não foi meramente determinada pelo critério de distribuição dos seus suportes. Ao invés de se focar na engenharia da função dos suportes e no reforço da construção, o desenho da estrutura recaiu mais sobre o fenómeno espacial, criando uma atmosfera bonita e cerimonial. Uma espantosa homenagem à cultura dos banhos.



FANTASIA MOSCHINO



É no número 12 da Vialle Monte Grappa, em Milão, que fica o hotel Maison Moschino. Instalado num típico edifício neoclássico, o projecto de design é fruto da visão de Rossella Jardini, a directora criativa da marca. A influência do mundo fantástico dos contos dá-lhe um carácter único.

Projecto de design de interiores: Rossella Jardini com Jo Ann Tan
Fotografia: arquivo Moschino



Naquela que foi a primeira estação de caminhos-de-ferro de Milão, instalou-se o hotel Maison Moschino. O edifício neoclássico foi preservado nas suas fachadas tendo no interior sofrido obras de reconversão, adaptando-o às novas funcionalidades. O projecto de design de interiores foi da responsabilidade de Rossella Jardini, a directora criativa da marca Moschino, que trabalhou em cooperação com Jo Ann Tan. Para Rossella Jardini o hotel tem de facto um carácter único, diferenciador, diz que é como se fosse uma instalação, que por natureza está destinada a mudar. Tendo em conta a efemeridade dos espaços interiores criados, deduzindo por isso um periódico processo de reformulações conceptuais, a atmosfera da Maison Moschino é marcada pelo mundo fantástico dos contos. O imaginário não interfere porém na atmosfera acolhedora e no ambiente familiar designado pelo projecto.
A Maison Moschino, inaugurada em Março de 2010, dispõe de 65 quartos, um restaurante dirigido pelo chefe Moreno Cedroni, um bar, o Spa Culti e uma boutique. O hotel faz destacar o restaurante Clandestino, cuja arte de despertar as sensações do gosto está nas mãos do chefe Moreno Cedroni, que teve um enorme sucesso no Susci Bar, em Portonovo. O design e o humor estão também presentes na ementa do Clandestino, aberto todos os dias, e com serviço aos quartos. 



Ao juntar uma natural queda para o mundo da moda com um expressivo design de mobiliário, o hotel evidencia uma particular abordagem de hospitalidade. O mundo dos contos, com as fadas e finais felizes, foi transposto para os quartos. Alguns dos seus nomes são Alice, Pétala, Capuchinho Vermelho, Floresta ou Ouro, num total de 16 diferentes abordagens criativas. Para além do objectivo em seduzir pela diferença, foi tida em conta a transmissão de uma filosofia positiva mas com um pendor realista.


http://www.maisonmoschino.com/
http://www.designhotels.com/


SEDUÇÃO FLAMENGA



Na cidade flamenga de Kortrijk, na Bélgica, o d-hotel é composto por um típico moinho de vento e uma quinta, num bom exemplo de ambiente sustentável e de criteriosas opções estéticas.

Projecto de arquitectura: Govaert & Vanhoutte
Fotografia: Claude Smekens



Um moinho de vento de 1841 e uma pequena fábrica inseridos numa área protegida de uma antiga quinta foram restaurados e convertidos, pelo projecto de arquitectura do atelier Govaert & Vanhoutte, no sedutor d-hotel. Está localizado na cidade flamenga de Kortrijk, conhecida além-fronteiras pela bienal de design, a Interieur. A cidade de Kortrijk fica a Sul de Bruges, a capital da Flandres que alguns denominam de a Veneza do Norte e que é célebre pelos seus canais e pela sua bem preservada arquitectura renascentista.
O complexo do d-hotel, para além do restauro e da readaptação dos edifícios já existentes, teve também um projecto que contemplou a construção de novas estruturas de linhas direitas, em betão e vidro. Os novos edifícios estão separados do moinho e da antiga fábrica da quinta. À superfície as estruturas estão todas elas visualmente separadas mas encontram-se interligadas por um túnel subterrâneo. O atelier Govaert & Vanhoutte adoptou como conceito base esta ligação subterrânea, deixando os edifícios com vistas desafogadas sobre os campos verdejantes da quinta.



O d-hotel, da Sandton Hotels, é uma unidade de 4 estrelas, possui 45 quartos, um luxuoso Spa, um bar e dois espaços multifuncionais. Na memória descritiva do projecto do atelier Govaert & Vanhoutte, salienta-se que o todo também resulta de uma composição de arte, natureza, moda, cinema e música. As complementaridades entre os aspectos históricos do local o design inovador, com pendor artístico, resultaram bem. 
Todo o projecto do hotel teve em conta a preservação do ambiente e o restauro de edifícios protegidos. Esta vertente do plano não ficou apenas ao nível do que os olhos conseguem ver ou de um mero trabalho de protecção de um certo legado histórico. Tendo como exemplo o antigo uso de energia eólica do histórico moinho de vento, o projecto deu ênfase às energias limpas que fornecem o hotel, integrando dois novos e sofisticados moinhos de vento e uma área com 500 m2 de painéis solares. Os aspectos ligados à sustentabilidade e à eficiência energética foram também muito bem desenvolvidos. Outra coisa não poderia ser expectável, pois não podemos esquecer que a Flandres é um dos pólos mundiais mais importantes me indústrias tecnológicas.



O d-hotel também merece destaque ao nível dos seus projectos de arquitectura de interiores, Os ambientes foram criados por reputados designers belgas e por outros vindos do estrangeiro. O bom design contemporâneo foi explorado em diferentes conceitos, ora pela exuberância depurada das formas ora pela textura dos materiais utilizados. Para além da escolha de mobiliário, como por exemplo os bancos Malè ou os poufs King da Frag, a decoração foi também um aspecto importante tido em conta. O bom uso das cores, os elementos gráficos, os pavimentos e os revestimentos foram todos eles pensados de forma a criar um ambiente familiar de alguma sofisticação. Os contrastes são evidentes e a harmonia global do conceito é conseguida sem imposição.


BOM DESTINO



O resort da Bulgari, com projecto de arquitectura de Antonio Citterio e Patricia Viel, tem uma localização privilegiada em Bali e assume-se como o destino de luxo do maior arquipélago do Mundo, o indonésio.

Projecto de arquitectura Antonio Citterio e Patricia Viel
Fotografia arquivo Bulgari

Entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, no Mar de Java – aninhado entre os oceanos Índico e Pacífico –, localiza-se a ilha de Bali, uma das muitas e que fazem do arquipélago indonésio o maior do Mundo. A ilha de Bali encontra-se, aproximadamente, a 10º a Sul do Equador e não muito distante seguindo esse mesmo paralelo, em direcção a Oriente, está Timor. Toda a região, desde o Mar de Java ao Mar de Timor, está cheia de vestígios da passagem de marinheiros portugueses. O resort da Bulgari está localizado na península de Bukit, que foi descoberta e marcada, em1585, com um padrão português.



No alto de um rochedo íngreme, a cerca de 160 metros de altura sobre o mar, o resort da Bulgari evidencia desde logo uma localização privilegiada. O projecto de arquitectura foi designado por Antonio Citterio e Patricia Viel, com acompanhamento de obra por parte da arquitecta Ella Dinoi. O empreendimento é composto por 59 vilas e está nas proximidades da Vila de Pecatu e do Templo Pura Luhur Uluwatu, no ponto mais a Sudoeste da ilha de Bali. A baía de Jimbaran e o aeroporto internacional ficam a cerca de 20 quilómetros a Norte do resort, uma nota importante quando comparamos esta região com a de Kuta – o coração turístico de Bali –, que viajando de automóvel fica a uns 40 minutos de distância. No topo do rochedo e voltado para uma vista deslumbrante sobre o Mar de Java, o resort acrescenta o facto de possuir uma praia com uma extensão de areal com cerca de quilómetro e meio, cujo único acesso por terra é feito por intermédio de um elevador.
O programa de arquitectura levado a cabo por Antonio Citterio foi todo ele influenciado por um levantamento e uma interpretação contemporânea do design originário de Bali, ao qual foi complementado o estilo italiano da Bulgari. O resultado traduz uma perfeita integração de elementos naturais e culturais do local. A construção foi estruturada com uso de pedra vulcânica, madeiras exóticas e produtos de artistas e artesãos locais. A lava e a pedra palimanan foram usadas para criar o jardim e os pequenos muros interiores. As madeiras escuras foram usadas para estruturar as villas e a pedra subakumi – no seu tom verde natural –, criou um efeito visual muito interessante nos chuveiros de exterior ou nas piscinas de água quente e fria. No aspecto decorativo, o resort apresenta uma colecção de antiguidades e de obras de arte, oriundas da região de Java. Em termos de mobiliário e de outros artefactos, como loiças, porcelanas, cerâmicas e tecidos naturais, a produção é da responsabilidade de artistas e designers oriundos de Bali, colaborando sob a supervisão dos arquitectos Antonio Citterio, Patricia Viel e Ella Dinoi.



O resort Bulgari é composto por 59 villas, todas com vista para o Mar de Java. Três villas com dois quartos e a maior de todas com uns expressivos 1,300 m2 e quatro quartos. Todas dispõem de piscina, um pátio rodeado por uma jardim tropical, dispositivos electrónicos de alta tecnologia e uma extensa gama de outras infra-estruturas. A excelência do serviço Bulgari é assegurada por uma equipa de 250 empregados. O tratamento dos hóspedes é personalizado e caracteriza-se pela discrição, existindo ocasiões especiais – como casamentos –, em que a sensibilidade dos empregados proporciona um acréscimo de satisfação e confere uma inequívoca experiência de luxo durante toda a estadia.
A par da atmosfera edílica de todo o resort, a Bulgari potenciou ainda mais as sensações por intermédio dos restaurantes indonésio e italiano, um bar relaxante, um Spa e uma piscina panorâmica à beira da falésia, que foi designada o palco de todas as atenções. Existem também duas lojas, uma da Bulgari e outra especializada na venda de obras de arte e artesanato provenientes de Bali.
Sob o rochedo íngreme do resort, no seu mais elevado ponto, encontramos um templo Hindu, num real espaço para adoração e que se rege pelas rituais da tradição local, sendo que os hindus representam apenas 2% da população indonésia enquanto os muçulmanos são cerca de 87%. Outro destaque vai também para o pavilhão de recepção do resort, não só pelo equilíbrio das suas proporções como também pela integração de bom design.
O projecto de arquitectura concebido por Antonio Citterio focou-se no propósito de criar uma atmosfera verdadeira, não só em harmonia e equilíbrio com o local mas também reforçar as suas qualidades intrínsecas. Tirar partido da paisagem e não descaracterizá-la foi uma tarefa conseguida e alguns pormenores, como o uso de uma pedra branca de coral – sensível à humidade e que se torna escura quando molhada –, resultam em todos os enfiamentos alcançados pela vista. O resort é, mal comparado, como que uma fortaleza medieval que ao invés de canhões à sua volta se deixa abraçar pela vegetação tropical. Cada villa é rodeada por um jardim e em redor de cada quarto de hóspedes surge espaço para um jardim privado, uma piscina, uma sala de estar ao ar livre e uma área com 300 m2 de vistas sobre o resort e o Mar de Java.



O projecto definiu uma divisão entre áreas privadas e públicas. Por intermédio de pequenos muros de pedra, as villas proporcionam um espaço de total privacidade, enquanto os espaços públicos os apontamentos de design de mobiliário são elementos essênciais para tirar o maior proveito da paisagem. Destacamos nestes espaços públicos a piscina, o bar e o restaurante com vista para a praia.
O resort integrou-se nas proximidades da vila de Pecatu, numa região costeira e abrigada. O rochedo íngreme eleva-se até 160 metros de altura sobre o mar, a vegetação é dispersa e permite ver as rochas e pedras de coral. A praia tem um areal com cerca de 1,5 quilómetro e está acessível por elevador. A praia é quase selvagem, sendo única a presença humana do pequeno clube de praia, que dá assistência aos hóspedes. Os surfistas encontrarão umas boas ondas e com regularidade são avistados golfinhos.
O arquitecto italiano Antonio Citterio respeitou os métodos construtivos utilizados em Bali, erguendo estruturas no local e adicionando a pedra, toda trabalhada à mão. No que à sustentabilidade ambiental diz respeito, o resort foi construído com materiais certificados, como é o caso das madeiras exóticas utilizadas.
As villas e os espaços públicos denotam uma qualidade estética e uma harmonia visual de grande efeito. Os fortes apelos da tradição foram respeitados e adicionados de uma visão contemporânea de viver os espaços. Nos quartos e nas casas de banho de cada villa, no restaurante e nalguns pavilhões, o mogno e o vidro criam um contraste conseguido. Todo o programa de arquitectura denota um conhecimento que permite criar um espaço novo sem retirar personalidade ao espaço já existente. Por regra, foi utilizado um único material e uma única cor para as estruturas, pavimentos e detalhes. Estes elementos foram todos eles produzidos em bangkiray, uma fina madeira semelhante ao mogno – oriunda de Java –, cuja tonalidade domina todo o resort. Cada villa tem dois amplos espaços de áreas iguais, um destinado ao quarto e o outro à casa de banho, esta com pavimento escuro, uma banheira e dois chuveiros. Os chuveiros estão localizados em sítios diferentes, um no interior da villa e o outro no jardim. A casa de banho tem ainda a particularidade de ter um jardim interior. O quarto é rodeado por janelas, proporcionando uma visão panorâmica. Entre o jardim privado e a piscina está a sala ao ar livre, cuja orientação a Sul permite vistas para a falésia e o mar. As 3 villas com dois quartos anexos. apresentam uma piscina de maiores dimensões, espaço de cozinha e um estúdio. O que mais sobressai é a Bulgari Villa, com cerca de 1,300 m2, quatro quartos, duas salas de estar e uma cozinha. O jardim da Bulgari Villa foi desenhado com uma piscina de 20 metros, rodeada por um terraço e espaços circundantes desenhados para tomar refeições ou tirar os proveitos da exposição ao sol.



Sobre a falésia está o restaurante indonésio Sangkar, caracterizado pelo seu pé direito com 10 metros, telhado estruturado em canas de bambu e gaiolas adaptadas a candeeiros de tecto. O Il Ristorante, junto ao lago artificial, apresenta uma ementa baseada no receituário gastronómico italiano. Realce para o Spa, localizado no centro do resort, que integra um pavilhão de yoga, pavilhões anexos voltados para o mar e uma ponte de madeira flutuante sobre o lago artificial.



A arquitectura paisagística do resort da Bulgary denota um conhecimento e um respeito pela tradição dos canteiros e dos jardins de Bali. Os terraços foram criados tendo em conta o declive natural. As plantas típicas e as madeiras oriundas da região foram replantadas. Uma presença forte é à da Árvore do Templo, uma espécie típica e abundante. A dar folha, esta árvore veste-se em tons de branco emana uma agradável fragrância que se mistura com a brisa marítima. Por fim, a paisagem está polvilhada de grandes vasos esculpidos na rocha e há também a presença de antigas pedras, os totens de cariz tribal.