22/04/11

SEDUÇÃO FLAMENGA



Na cidade flamenga de Kortrijk, na Bélgica, o d-hotel é composto por um típico moinho de vento e uma quinta, num bom exemplo de ambiente sustentável e de criteriosas opções estéticas.

Projecto de arquitectura: Govaert & Vanhoutte
Fotografia: Claude Smekens



Um moinho de vento de 1841 e uma pequena fábrica inseridos numa área protegida de uma antiga quinta foram restaurados e convertidos, pelo projecto de arquitectura do atelier Govaert & Vanhoutte, no sedutor d-hotel. Está localizado na cidade flamenga de Kortrijk, conhecida além-fronteiras pela bienal de design, a Interieur. A cidade de Kortrijk fica a Sul de Bruges, a capital da Flandres que alguns denominam de a Veneza do Norte e que é célebre pelos seus canais e pela sua bem preservada arquitectura renascentista.
O complexo do d-hotel, para além do restauro e da readaptação dos edifícios já existentes, teve também um projecto que contemplou a construção de novas estruturas de linhas direitas, em betão e vidro. Os novos edifícios estão separados do moinho e da antiga fábrica da quinta. À superfície as estruturas estão todas elas visualmente separadas mas encontram-se interligadas por um túnel subterrâneo. O atelier Govaert & Vanhoutte adoptou como conceito base esta ligação subterrânea, deixando os edifícios com vistas desafogadas sobre os campos verdejantes da quinta.



O d-hotel, da Sandton Hotels, é uma unidade de 4 estrelas, possui 45 quartos, um luxuoso Spa, um bar e dois espaços multifuncionais. Na memória descritiva do projecto do atelier Govaert & Vanhoutte, salienta-se que o todo também resulta de uma composição de arte, natureza, moda, cinema e música. As complementaridades entre os aspectos históricos do local o design inovador, com pendor artístico, resultaram bem. 
Todo o projecto do hotel teve em conta a preservação do ambiente e o restauro de edifícios protegidos. Esta vertente do plano não ficou apenas ao nível do que os olhos conseguem ver ou de um mero trabalho de protecção de um certo legado histórico. Tendo como exemplo o antigo uso de energia eólica do histórico moinho de vento, o projecto deu ênfase às energias limpas que fornecem o hotel, integrando dois novos e sofisticados moinhos de vento e uma área com 500 m2 de painéis solares. Os aspectos ligados à sustentabilidade e à eficiência energética foram também muito bem desenvolvidos. Outra coisa não poderia ser expectável, pois não podemos esquecer que a Flandres é um dos pólos mundiais mais importantes me indústrias tecnológicas.



O d-hotel também merece destaque ao nível dos seus projectos de arquitectura de interiores, Os ambientes foram criados por reputados designers belgas e por outros vindos do estrangeiro. O bom design contemporâneo foi explorado em diferentes conceitos, ora pela exuberância depurada das formas ora pela textura dos materiais utilizados. Para além da escolha de mobiliário, como por exemplo os bancos Malè ou os poufs King da Frag, a decoração foi também um aspecto importante tido em conta. O bom uso das cores, os elementos gráficos, os pavimentos e os revestimentos foram todos eles pensados de forma a criar um ambiente familiar de alguma sofisticação. Os contrastes são evidentes e a harmonia global do conceito é conseguida sem imposição.


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